Percurso: Vila velha (Itapoã), vitória, enseada do suá e rodoviária (ilha do príncipe)

(em 26 e 27/03/2022)

Dia 26 de março foi a vez do descanso e de aproveitar a praia. Acordamos mais tarde, tomamos café e, lá pelas 8:45 horas da manhã, saímos de bicicleta em direção à entrada do convento da Penha, localizado no morro que olha para o canal do rio Santa Maria, para a baía do Espírito Santo e para o centro de Vitória, do outro lado.

Portal de entrada do convento da Penha

Além do convento da Penha, fomos visitar também o Farol de Santa Luzia, que fica na ponta de mesmo nome, na extremidade sul da baía que abraça a ilha de Vitória. Como estou registrando o percurso de volta para Vitória, a fim de pegar o ônibus para São Paulo, nos links finais deste episódio, divulgo aqui o mapa do passeio completo (pode-se ver o mapa no Ride with GPS pelo link):

Passeio de bicicleta em Vitória

Não era permitido subir ao convento pedalando. Então deixamos as bicicletas trancadas, sob a guarda de um funcionário da bilheteria do convente, muito simpático, que ficou um tempo conversando conosco. Sim, é preciso pagar para entrar no convento da Penha. Seguindo a orientação do funcionário, pegamos a rota de subida pela Ladeira da Penitência, que é mais curta e mais íngreme, uma trilha só para pedestres.

Ladeira da Penitência, acesso ao convento para pedestres

A Ladeira da Penitência termina num grande platô, o Largo do Convento, onde há estacionamento, para quem sobe de carro pela Alameda Dom Luiz Scortegagna, além de uma loja temática, banheiros e outras instalações turísticas e também um palco removível, que estava montado para alguma cerimônia que não identifiquei. De lá em cima, a partir de uma rampa de pedra, onde termina o largo e a enconsta desce verticalmente para o mar, tínhamos uma vista privilegiada da terceira ponte, no vão sobre a baía, entre Vila Velha e Vitória, e, deixando a vista do precipício e olhando para trás, apreciamos o próprio complexo do convento, montado sobre o topo do Outeiro da Penha e emoldurado por duas altíssimas palmeiras imperiais.

Vista do complexo do convento da Penha, no platô do final da trilha

Subindo até o cimo do outeiro, onde está o prédio principal do convento, pudemos apreciar uma vista ainda mais espetacular e privilegiada da grandiosa “terceira ponte”, desde o centro de Vila Velha, passando sobre a mata que envolve o outeiro da Penha e até às águas da baía.

Vista panorâmica da terceira ponte, do lado de Vila Velha

Visitamos o interior de algumas salas dos prédios do convento, aquelas em que a visita era permitida, com antiguidades, relíquias religiosas e, em destaque, as diversas e enormes pinturas à óleo, que decoram as paredes cegas de algumas salas, mostrando cenas do local, nos inícios da ocupação da cidade e da construção do convento. Do lado de fora, percorremos os pátios do entorno do prédio principal, de onde podíamos apreciar lindas paisagens, principalmente de Vila Velha e da ponte terceira, sem contar o cenário oferecido pelo próprio oceano Atlântico, que exibia diferentes tons de verde-água, sob o sol intenso que fazia.

Turistas num dos pátios do convento

Com o adiantar da manhã, o convento se enchia, cada vez mais, de turistas e visitantes locais. Muitos conversavam aniamadamente e faziam selfies. Num caso, uma senhora, vendo que eu fotografava com uma câmera de aparência mais profissional, pediu que eu a fotografasse em frente a uma porta de madeira trabalhada, que, trancada, levava a alguma dependência não visitável do convento. Não tenho a foto dela para mostrar, porque usei seu próprio celular, mas fotografei também a porta, sem mais ninguém no quadro, com minha câmera.

Porta antiga do convento

Dali, do alto do convento, viam-se também as instalações militares que protegem a entrada do canal do rio Santa Maria, no estreitamento da baía do Espírito Santo. Próximo delas, ouvi os brados dos soldados de um batalhão, que treinava em formação, numa das ruas de acesso ao quartel.

Quartel militar na entrada do canal, lado de Vila Velha
Batalhão em treinamento, numa das ruas de acesso ao quartel

Depois de descer pela mesma trilha da Ladeira da Penitência, pegamos nossas bicicletas e rumamos para a ponta de Santa Luzia, para ver o farol. Fomos pela orla do canal, depois de passar sob a terceira ponte, percorrendo o caminho dos “Passos de Anchieta” até o portão do farol de Santa Luzia, no final da rua, adivinha-se, Santa Luzia. Pelo visto, nas imediações, tudo se chama “Santa Luzia”.

Piru-piru (Haematopus palliatus), ave costeira comum por todas as Américas

Neste caminho, que acompanha o desenho da orla da península e deixa sempre, do lado direito de quem vai ao farol, o corpo imponente do Morro do Moreno, as vistas marítimas se sucedem, muito lindas.

Sinaleiro de navegação, com instalações do porto de Vitória ao fundo.

Mais além da margem do canal, virando para a frente do alto mar, sucedem-se paisagens decoradas pelas pequenas ilhas que pontilham a frente da península, sendo a maior delas a Ilha da Baleia.

Vista da Ilha da Baleia
Vista parcial da Ilha da Baleia com o farol de Santa Luzia ao fundo

Nós entramos pelo acesso ao Restaurante do Farol, cuja cozinha não experimentamos, a fim de chegar ao costão de pedras, de onde pudéssemos ter uma visão privilegiada da Ilha da Baleia. De fato, as paisagens vistas dali eram espetaculares e renderam um bom tempo de contemplação e várias fotos. Depois, seguimos pela orla, em direção à praia do Ribeiro e, afinal, seguimos pela rua Santa Luzia, até chegar ao portão que guarda as instalações do farol.

Sérgio e nossas bicicletas, na orla em frente ao Restaurante do Farol

A partir do portão, não era permitido passar com as bicicletas, de modo que precisamos, outra vez, deixá-las atadas a um poste de iluminação. Bem ao lado, um simpático sorveteiro, que tinha o carrinho parado à sombra de uma árvore, sorriu e falou que iria olhar as bicicletas para nós, de modo que seguimos tranquilos para a visita.

As instalações do farol incluem um pequeno museu, loja de souvenires e banheiros. O farol é construído em ferro, com a cobertura de sua cúpula em cobre, que reluzia sob o sol. (Eu até poderia dizer “reluzia para Santa Luzia”, mas seriam rima e piada igualmente ruins.)

Na volta do passeio, paramos em um dos quiosques da Praia da Costa para almoçar e tomar uma cerveja. Pedimos peixe frito e camarões (estes só para o Sérgio, porque sou alérgico), mas “a” cerveja virou “muitas” cervejas, de modo que o tempo foi passando. Mais de 3 horas depois, pegamos as bikes e retomamos o passeio pela ciclovia da beira da praia e formos até o hotel, para descansar. O retorno para São Paulo ficaria para amanhã, conforme previamente programado.

Assim sendo, usei o tempo de descanso, no hotel, para recapitular a aventura toda, que incluía muita coisa antes do Sérgio se juntar a mim. Concluí que minha aventura toda teve, em média, 41,6 quilômetros de percurso por dia e 787 metros de elevação por dia de pedal, sendo que pedalei sozinho mais da metade de tudo. Depois de voltar para casa, preparei as tabelas abaixo, que mostram bem o tamanho do desafio.

Depois da segunda noite no Hotel Marlin Azul, iniciamos o dia do retorno para casa com um passeio pela orla do porto, no centro de Vitória. Cruzamos a cidade de Vila Velha, desta vez por dentro do continente, em linha direta para a ponte Florentino Avidos, passando por vários bairros mais afastados da praia. Por boa parte do trajeto, um ciclista local nos acompanhou pelas ciclofaixas e ruas de Vila Velha, mas, infelizmente, não o fotografei.

Depois de atravessar a ponte, pegamos à direita na ciclovia que acompanha a avenida Alexandre Buaiz e, mais à frente nela, acompanhamos os galpões grandes de alvenaria, na maior parte abandonados, da parte mais antiga do porto. Depois, seguimos pela Av. Mal. Mascarenhas de Moraes, onde está o cais dos Catraieiros, e revisitamos o Palácio Anchieta, que tem o marco zero da Rota Imperial em frente. Dali, avistávamos os gindastes do porto, do outro lado do canal.

Porto de Vitória no lado de Vila Velha, avistado do Cais dos Catraieiros.

Mais adiante, passamos pelos remanescentes do Forte São João, do qual restam apenas trechos da muralha e velhos canhões carcomidos. No passado o forte defendia a entrada do porto, em posição estratégica, no estreitamento da baía de Vila Velha, no lado oposto ao do morro do Penedo e do farol.

Remanescentes do Forte São João

Já em frente à parte mais alargada da baía, havia um pescador, com a água até os quadris, que recolhia sua tarrafa. De longe, avistei só um pequeno peixe na malha da rede.

Pescador com sua tarrafa, na baía de Vila Velha

Na baía, em frente à área onde fica o DNIT-ES e a Escola Padre Anchieta, havia uma série de bóias, com várias canoas apoitadas, vendo-se ao fundo, no lado de Vila Velha, o morro do Penedo.

Canoas apoitadas com o morro do Penedo ao fundo

Seguimos mais adiante e entramos no píer do Suá, de onde se avistava, por entre os vãos da enorme Terceira Ponte, lá em Vila Velha, o Convento da Penha, onde estivéramos ontem, bem no alto do outeiro, tendo o forte São Francisco Xavier da Barra e demais instalações militares aos seus pés.

Outeiro da Penha, em Vila Velha, com o Convento no seu topo e o forme São Francismo Xavier na base

Se aproximava o horário do ônibus de retorno do Sérgio, de modo que resolvemos voltar. Refizemos todo o caminho ao longo do litoral, em que parei somente para fotografar o moderno prédio envidraçado que abriga a Receita Federal do Brasil e a Procuradoria da Fazenda Nacional, na avenida Mal. Mascarenhas de Moraes, em frente à ilha do Urubu. Meu intersse aí, decorre do fato de que trabalhei por muitos anos para a RFB, mas aqui em São Paulo.

Edifício da Receita Federal do Brasil e Procuradoria da Fazenda Nacional em Vitória

Depois continuamos retornando pelo mesmo caminho de ida, seguindo à beira do canal. Passamos outra vez pelo Forte São João, pelo Palácio Anchieta e pelos armazéns do porto, mas, ao invés de dobrarmos à esquerda para cruzar a ponte, que nos levaria de volta à Vila Velha, seguimos em frente até a entrada do Terminal Rodoviário de Vitória. Lá, despedi-me do Sérgio, que aproveitou uma passagem de cortesia da Viação Águia Branca, num horário anterior ao do meu ônibus. Daí em diante, então, voltei a ser cicloviajante solo. Mas não pedalei mais. Permaneci no terminal, por mais cerca de duas horas, aguardando o horário para pegar o ônibus-leito, no qual eu tinha um lugar reservado com muita antecedência.

Parecia ser o final da aventura, mas, na verdade, não era. Sim, porque o projeto Estrada Real + Rota Imperial vai abraçar todos os caminhos do ouro e não só o Caminho Velho. Então, os outros três caminhos da Estrada Real não poderão ficar de fora. Em breve, portanto, teremos os relatos do Caminho dos Diamantes, do Caminho Novo e do Caminho Sabarabuçu, que serão, sempre, trilhados no sentido oposto ao que é habitual.

Não perca! Em breve, neste blog!

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