Percurso: Conceição do Castelo, São João de Viçosa, Venda Nova do Imigrante, serra do engano e Barcelos
(em 23/03/2022)
No dia em que saímos de Conceição do Castelo, as especiais circunstâncias geográficas desta parte do Espírito Santo obrigaram-nos à convivência com uma dúvida importante. A Rota Imperial deixa aquela cidade, seguindo, mais ou menos, o traçado da BR-262, o que, de resto, tornara-se conhecimento usual, depois de tantas passagens que já havíamos feito por essa rodovia. Ela, num curto trajeto, vai a São João de Viçosa e logo alcança sua irmã maior, Venda Nova do Imigrante, cidade de porte médio, onde paramos para o almoço. Isso tudo acontece, surpreendentemente, num percurso acanhado, de menos de 15 quilômetros, que não justificaria, de modo algum, encerrar um dia de pedal apenas por aí. Entretanto, de Venda Nova em diante, a Rota Imperial projeta-se num grande vazio populacional, cruzando um espaço de rala ocupação, delimitado pelas linhas traçadas pela BR-262, que segue mais ao sul, em direção a Marechal Floriano, e pela ES-264, que leva às cidades de Santa Maria de Jetibá e Santa Leopoldina, formando uma linha paralela, vários quilômetros distante, mais ao norte.
No nosso caso, nenhuma dessas rodovias alternativas servia-nos. Para seguir o traçado da Rota Imperial, deveríamos cruzar pelo meio do “vazio” e tentar encontrar algum ponto de pouso, mais ou menos pela metade da distância que nos separava da cidade de Domingos Martins, que era impossível de vencer em um dia: somava 130 quilômetros e mais de 2.000 metros de elevação. Onde este precioso lugar estaria, não sabíamos. Pelos mapas, nada havia naquele corredor desocupado, além de minúsculos povoados e fazendas, mas nenhuma cidade, nenhuma vila, nenhum hotel, nada.

Nesse clima preocupante de incerteza, cruzamos a área urbana de Conceição do Castelo, e fomos seguindo na direção nordeste. Começamos uma subida leve, por estrada asfaltada, que acompanhava o rio Castelo. À medida que progredíamos rio acima, podíamos observar as pequenas quedas e corredeiras que suas águas, avolumadas pelas chuvas recentes, formavam à direita do caminho.

Nem completáramos 2 quilômetros, quando paramos em um recanto sombreado, onde uma ponte atravessava sobre o rio e a mata ciliar se alargava, formando um bosque profundo, calmo e silencioso, embora ainda estivéssemos dentro da periferia da área urbana.

No percurso de hoje, contando que pudéssemos encontrar um bom pouso por volta de uns 40 quilômetros de jornada, teríamos somente dois grandes trechos de subidas. O presente trecho é o primeiro. Vai até à metade acompanhando o rio Castelo e depois desvia-se para a direita, até somar um pouquinho mais de 6 quilômetros, quando alcança a borda escarpada do planalto, que é final da subida.
Depois disso, passamos a descer e seguir pela própria BR-262, num trecho que, felizmente, conta com vias laterais de pouco movimento. O percurso acompanha o rio São João de Viçosa nesse trecho todo, até chegarmos à região central da cidade de Venda Nova do Imigrante.
O segundo conjunto de subidas de hoje será a massiva e maravilhosa Serra do Engano, uma majestosa e vertical escarpa, que forma a borda do mais lindo planalto que já vi, em que corre o rio Barcelos. Localizada a cerca de 3 quilômetros após Venda Nova do Imigrante, a escarpa se eleva, subitamente, das alturas moderadas, em torno dos 750 metros de altitude, que predominam no vale do rio São João de Viçosa, para o máximo surpreendente de 1.065 metros de altitude, no ponto máximo em que a Rota Imperial cruza a divisa dos municípios de Venda Nova do Imigrante e Domingos Martins, a partir de onde passamos a descer e a acompanhar o curso do rio Barcelos.
Antes de tudo isso, aos 3,1 quilômetros, cruzamos o rio Castelo e, já sem o pavimento de asfalto, passamos a subir a segunda metade desta primeira subida.

A estrada vai, cada vez mais, parecendo caminho de fazenda e, dois quilômetros depois, passa por dentro de uma área de currais, com muito gado solto pela redondeza. Como choveu muito nos últimos dois dias e, ainda, caem chuviscos finos, de pouca duração, mas suficientes para não deixar o chão secar, há muito barro no chão da estrada. E, exatamente por aqui, há também muito estrume de gado misturado à lama, de modo que, num pequeno lance de subida mais íngreme, fomos obrigados a carregar nossas bikes por alguns metros, para ultrapassar o trecho onde era impossível pedalar. A foto do Sérgio, tateando pela encosta escorregadia, mostra bem, nas suas feições, algumas das reações previsíveis de quem se equilibra por entre esta mistura de bosta e barro.

Se o tempo úmido nos atrapalhava um pouco, deixando o piso viscoso e escorregadio, por outro lado ele me oferecia um cenário suave e misterioso, parcialmente obscurecido pela nuvens e pela neblina. No meio de morros e matas, num aparente nada, sempre aparecia alguma marca humana, um pequeno pasto, uma roça, uma casinha ao pé da serra.

Quase no topo dessas elevações, havia um represamento das águas do córrego Jabotá, que vínhamos seguindo há algum tempo, formando um pequeno lago de águas turvas, onde uma árvore florida havia tombado parcialmente. Seria um fedegoso (Senna macranthera)?

No topo da subida, aos 6,1km, cruzamos os limites de Conceição do Castelo e, a 784 metros de altitude, entramos no município de São João de Viçosa. Um pouco depois, chegamos à rodovia (BR-262), que pegamos à direita e seguimos pelo asfalto.
Ao completarmos 7 quilômetros, registrei um grupo de casinhas populares, numa pequena saída da rodovia, indicando que já nos aproximávamos da cidade.

E pouco depois, a rodovia ganhou pistas laterais com calçamento de lajotas, por onde continuamos a pedalar, tendo sempre ao nosso lado o rio São João de Viçosa que, entretanto, não se podia ver desde a pista, devido às construções e propriedades que situam-se entre a estrada e o leito do rio, como um grande restaurante, pelo qual passamos sem entrar, por exemplo.
O fato do restaurante ser italiano é normal, tendo em vista que toda esta região do Espírito Santo recebeu imigração, principalmente originária da Itália e dos estados germânicos, à época de D. Pedro II.

Fiz uma parada neste trecho para fotografar uma grande espatódea, que exibia suas flores alaranjadas no meio do jardim que separa a pista marginal da principal da rodovia. Árvore nativa da África tropical, a Spathodea campanulata tem seu uso ornamental no Brasil bastante criticado devido ao fato de suas flores campanuladas conterem um néctar rico em alcalóides, que são extremamente tóxicos para abelhas e passarinhos nativos. De qualquer forma, sua origem africana serve de lembrança dos laços tóxicos que entrelaçam as histórias do Brasil e da África.

Chegando a Venda Nova do Imigrante, fomos ao centro para almoçar. Encontramos um excelente restaurante por quilo, mas não anotei o nome, que também não encontrei no mapa da Google (internet), o que indica que deve ser de estabelecimento recente. Ficava na av. Lorenzo Zandonadi, entre uma loja de bicicletas e uma drogaria, ao qual tinha-se acesso por uma porta pequena que dava lugar a uma escadaria revestida de porcelanato, que levava ao salão do restaurante, no andar superior.
Após uma boa refeição e café, voltamos ao trajeto planejado e seguimos viagem, deixando a cidade pela zona mais ao norte, passando pelo bairro de Lavrinhas, na estrada de mesmo nome. Pouco tempo depois, passamos por um sítio bem ajardinado, com uma casa ampla, amarela, bem ajardinada e, adiante, avistamos o início imponente da serra. De acordo com os mapas, trata-se do distrito que também recebe o nome de Lavrinhas, o que soa um pouco confuso.

Por falar nisso, o título “Serra do Engano”, por sua vez, não consta dos mapas a que tive acesso, mas estava registrado numa placa de sinalização, à entrada da primeira curva da subida da serra. Assim, dezoito quilômetros após nossa saída de Conceição do Castelo, havíamos cruzado as cidades gêmeas de São João de Viçosa e Vila Nova do Imigrante e estávamos prestes a enfrentar o maior desafio da presente etapa: a agora nomeada e sabida “Serra do Engano”.


A subida começou ondulante, mas não muito íngreme. Numa das curvas, me deleitei com a beleza das flores amarelas das alamandas, que cobriam o topo de um corte de morro, formando um laço ante o louro de um milharal e contra o fundo negro de uma grande rocha.
As alamandas são plantas ornamentais consideradas tóxicas, pelo intenso efeito laxante de suas folhas e seiva, originárias da América do Sul. Existem também as variedades arroxeada e branca, todas muito utilizadas no paisagismo e jardinagem, pelo Brasil afora. Após esta curva, a estrada passa fazer um zigue-zague cada vez mais intrincado e a subida se torna paulatinamente mais intensa, acompanhando o curso do córrego Lavrinhas, que vem descendo do alto da serra.

Antes que eu terminasse de fotografar e pudesse cruzar o milharal, Sérgio já se adiantava pela estrada, subindo com força a encosta da serra.

Eu segui bem atrás, no meu ritmo de sobe-pára-fotografa-sobe, apreciando e registrando, à toda hora, o lindo cenário das montanhas, matas e cafezais, sob um céu bastante pesado de nuvens.

Meu progresso era lento, não apenas pela dificuldade imposta pela inclinação acentuada da subida, mas também porque, a cada metro de altitude conquistado, novas surpresas revelavam-se na paisagem mutante da serra. Assim, ainda pelo começo dessa grande ascensão, encontrei um caracará pousado sobre uma pequena pedra, no meio de um pequeno pasto, ao lado de um pequeno sítio…

À frente da casa do sitiante, um punhado de criação pastava na grama verde e molhada, entre pequenos afloramentos de rocha escura.

Naquele momento, o céu se abria, ao menos em parte, de modo que podia-se agora ver pedaços de azul, acima, e um jogo de claro-escuro, abaixo, nas pastagens, nas matas e nos rochedos. A pedra escura e molhada punha-se com brilhos de água escorrida, nas partes de sombra, e tons acinzentados, mais claros, nas partes ao sol. Gostei disso.

Ao completar 19 quilômetros de jornada, parei e voltei-me para trás, espiando pela beirada da estrada, o vale lá para baixo. Estava ainda pela metade da subida, mas já via o mundo em miniatura, lá no fundo do vale.

Mais um pouco, olhei a altitude: 931 metros!

Um pouco mais, ainda, e olhei a curva que havia adiante. Vi a mata cobrindo aquela enorme calota de pedra escura e as quaresmeiras que eram só flor, mal se viam suas folhas verde-escuras. Um deslumbramento!

Um pouco depois e eu já estava a quase mil metros de altitude, tendo acumulado mais de 500 metros de elevação. Olhei as quaresmeira, que agora estavam do meu lado, e depois as casas e cafezais do fundo do vale, miniaturizados pela distância.

No topo da escarpa, cheguei ao limite de municípios. Deixava, abaixo, Venda Nova do Imigrante. Acima, entrava em Domingos Martins, cidade que eu só veria amanhã.

Virei-me para trás e fotografei o último lance de subida, que eu acabara de vencer e, do outro lado da rua, mais um marco da Rota Imperial, o de númereo 183.

No topo da serra, só parei por alguns instantes. Sérgio já tinha descido e não havia sinal de sua passagem, já que as marcas que eu via desenhadas no barro da estrada eram múltiplas e impossíveis de identificar. Bebi um pouco de água, do camelback, verifiquei a altitude – 1.068 metros acima do nível do mar – e comecei a descer. Era um vale verdejante, lindo, emoldurado por nuvens espessas e bem delineadas, em tons de cinza azulado. Matas nativas, pastos e eucaliptais se alternavam aos lados da estrada, que descia serpenteando pelos morros. Tudo isso, para um amante do ciclismo de montanha, é como um passeio pelo céu.

No patamar que sucedeu à primeira descida, o céu voltou a clarear um pouco, mostrando um belo azul, por entre rasgos esgarçados no manto pesado de nuvens. Quaresmeiras e embaúbas decoravam a mata que escondiam de vista uma pequena grota. Tudo brilhava, de luz intensa (mesmo sem sol direto) e de umidade. Eu estava a 992 metros de altitude, de modo que já havia descido quase 200 metros, na vertical.

Eu nunca vi um vale tão lindo. O córrego sem nome que corria ao lado, a partir da grota florida que eu havia fotografado logo atrás, formou uma cascata que, da estrada, era tão próxima que se podia ouvir. Flores e um murmúrio suave de água corrente fizeram-me ficar por ali por um tempo, paralisado. Pensei que aquele curso d’água devia ser afluente do rio Barcelos. Depois, me dei conta de onde estava, parado outra vez, e resolvi seguir.

Terminando aquela descida, encontrei mais um patamar, de onde avistava-se uma nova elevação, pequena e arredondada, circundando a próxima colina. À direita, entrevia-se um pequeno bananal e era, por enquanto, impossível vislumbrar que, atrás dele, havia uma lagoa.

Pois lá estava ela. Depois dos bananais, uma pequena lagoa espelhava os pinheirais, que cobriam completamente a colina, por trás de um curral coberto. À margem de fundo, bem na beirada d’água, uma grande árvore, de silhueta fantasmagórica, postava-se ereta. Nenhuma folha mexia-se, nenhum vento, nenhum som.

E assim eu fui seguindo por aquela estrada ondulante. Estrada, árvores, ramos e folhas serpenteantes e inesquecíveis. Era também uma paisagem solitária, porque não havia gente, não havia casas, não havia movimento. Só a natureza agreste e as curvas de estrada e da paisagem, sob a violência tempestuosa do céu.

Pois foi então, passado o quilômetro 23 do passeio, que surgiu uma grande capela, ambientada como se fosse uma outra colina, sobre a colina em que ela estava. Que coisa mais bonita de se ver!

Daí para frente, resolvi andar mais um pouco, mais rápido, para ver por onde o Sérgio andava. E quase o alcancei, quando ele estava passando por dentro de uma mata alta, com árvores gigantes, que quase escondiam o céu. Ele ia pedalando em bom ritmo e, como eu parei para fotografá-lo, fiquei para trás outra vez.

A bom tempo, chegamos à ES-165, Rodovia Sebastião Alves de Lima, de frente à igreja de São Valentim. Lembrei logo da esposa, que tem o nome do meio “Valentim”, e mandei um beijo pelo correio espiritual da memória. Segui para o lado esquerdo, na direção indicada pela Rota Imperial e para o lado em que deveríamos encontrar uma certa pousada Rancho Azul, conforme vimos no Google Maps. A possibilidade de hospedagem era incerta, posto que o telefone indicado na internet não atendeu em nenhuma das nossas várias tentativas.

A rodovia, no trecho em que trafegamos, tem pavimentação em bom estado, com um pequeno acostamento, estreito e acabado em valeta, e muito pouco movimento de veículos.

Seguimos aí por cerca de 900 metros e pegamos uma pequena saída, em terra, até o dito “Rancho Azul”. Era um pequeno sítio com sobrado e piscina, cercado com alambrado, mas com uma porteira larga, que estava escancarada. A propriedade não correspondia, evidentemente, a uma pousada, era apenas uma chácara de aluguel. Como a porteira estava aberta, logo vimos um senhor de meia idade, caminhando ao lado do sobrado, que logo soubemos ser o dono do sítio. Ele estava capinando o terreiro por trás da casa e não teve o menor interesse em nos atender, olhando-nos com um olhar desconfiado, com uma ponta de espanto, por ver dois homens maduros viajando em bicicletas esquisitas (o Sérgio também estava com uma bike com suspensão dupla, que são pouco usuais por aqui). Assim sendo, não foi surpresa receber um “não” como resposta à nossa indagação, quanto à possibilidade de hospedagem. Então retornamos até a igreja de São Valentim (mais 900 metros) e seguimos pela ES-165, agora na direção contrária do caminho da Rota Imperial, a fim de procurar um outro lugar para passar a noite.
Estávamos nos domínios do distrito de Barcelos, cujo centro que fica um pouco mais para o sul. Chegamos a um pequeno mercado, à beira do asfalto, onde paramos para comprar Gatorade e pedir informações. O pessoal do estabelecimento indicou haver uma pousada a cerca de 4 quilômetros a nossa frente, mas isso nos levaria ainda mais para o sul, para mais longe da nossa rota original. Como não tínhamos melhor opção, resolvemos seguir em frente.
Enquanto o Sérgio trocava os últimos cumprimentos com o pessoal do mercado, eu segui um pouco adiante, observando a redondeza. Do outro lado da estrada, havia um grande pomar e, ao fundo dele, algumas casas. No meio das frutíferas, entre laranjeiras, limoeiros e pessegueiros, ouvi um canto familiar e um certo movimento. Procurando no meio das árvores, avistei um pequeno ponto alaranjado, que saltitava pelos ramos de uma grande nespereira. Era um pequeno corrupião, que cantava e pulava, de galho em galho; cantava mais um pouco e voltava a saltitar para o galho seguinte. Um pássaro muito lindo e, ainda por cima, bom cantor!

Logo o Sérgio se despediu do povo do mercado e, então, seguimos viagem. Depois de 2,5 quilômetros à frente, mais ou menos, vimos uma placa sinalizando entrada para a pousada “Fim da Picada”, ao lado de um ponto de ônibus com banco rústico e cobertura de telhas. Entramos pelo acesso, conforme indicado, e, após percorrermos cerca de 100m, na estradinha de terra, vimos outra placa, indicando que haveria mais 500m até chegar à sede da pousada. Como eu estava bastante cansado, por causa das dificuldades da subida da Serra do Engano – e isso devia estar evidente na minha aparência – o Sérgio se ofereceu para seguir até a pousada, para ver como eram as acomodações, e voltar para me buscar no ponto de ônibus do acesso, na rodovia. Aceitei, agradecido, a oferta dele, voltei até o ponto de ônibus e sentei-me no banco de madeira que lá havia. Enquanto esperava, caminhei um pouco adiante, pelo acostamento da rodovia, e vi uma placa anunciando uma pousada chamada “Domaine Ile de France” (nome chique!), que estaria a 1,5 quilômetros dali. Então, quando o Sérgio voltou e disse que a pousada era bem simples, talvez simples demais, sugeri que fôssemos conferir também aquela outra pousada, antes de decidir. E assim fizemos.
Ao chegar à “Ile de France”, constatamos que não se tratava de uma pousada, no sentido que nos interessava. Era mais como um resort luxuoso, que oferecia inúmeras atividades e esportes que, incluídos no custo da hospedagem, faziam o preço exorbitar. Enquanto o Sérgio conversava com outra pessoa, eu fiquei falando um pouco com a atendente do front-desk, que era muito simpática e me ofereceu um ótimo café. Fiquei um pouco desfrutando do momento (e do descanso), embora já soubesse que aquela hospedagem não era para nós. Depois agradeci o café, despedi-me e voltei à estrada com o Sérgio, para voltar e ficar no velho e bom “Fim da Picada”.

A pousada que elegemos, ao fim e ao cabo, saiu-se muito melhor que a encomenda. A “Fim-da-Picada” é uma pousada de fazenda, com criação de animais variados, muitos cães, lagos de piscicultura e quartos surpreendentemente confortáveis e bem equipados. Logo na chegada, avista-se o restaurante, que se projeta sobre a superfície do primeiro lago (pois há outro, mais adiante, acima da cascatinha que se vê no fundo da foto).
Paramos por ali para falar com a dona da pousada e eu encerrei o percurso no GPS, verificando as marcas de 42,9 quilômetros rodados, com 911 metros de ganho acumulado de elevação. Nosso chalé ficava do outro lado dos lagos, na altura do talude que separava-os um do outro. Era espaçoso e bem decorado, num estilo rústico, mas de bom gosto. Tomamos banho, descansamos e, depois, o Sérgio foi à sede, onde fica o restaurante, sobre as águas do lago, e eu fiquei mais um pouco no quarto, porque tinha me cansado demais.
Mais tarde, fui encontrá-lo no restaurante, onde o achei num papo ferrado com uma das filhas da dona da pousada, que parecia bem interessada nele, se me permitem uma pequena fofoca. Serviram uma sopa densa, bem quente, com croutons de torrada, como jantar jantar. Estava uma delícia! E, assim, encerramos um dos melhores dias de pedal de toda esta longa aventura, do modo mais surpreendente possível: o “meio do nada” era um lugar muito confortável e aprazível!
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